segunda-feira, 7 de março de 2011

Baile dos Vampiros
Teatro Sá da Bandeira
Porto,05 Março 2011
Fotos:Paulo Pimenta
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E se o "Fantas" enquanto Festival de Cinema resiste, perene de estoicismo, contra as adversidades e está vivo ao fim de 31 edições, por contraponto, o espírito do Baile dos Vampiros vacila na capacidade de adesão. Com um Sá da Bandeira a um terço da lotação, nem a manifesta qualidade patente nos disfarces dos participantes, que remetiam para o universo das personagens de Tim Burton, para o andar trôpego de mortos-vivos, para um ou outro Frankenstein e para um bom par de Cisnes Negros, conseguiu 'mascarar' algumas opções menos conseguidas. Desde logo, a opção por Adolfo Luxúria Canibal como mestre de cerimónias merece um sonoro aplauso: a figura e a voz gutural encaixaram em pleno com a atmosfera que se pretendia criar para o evento. Todavia, quem fica incumbido de tais tarefas não pode acumulá-las, quer isto dizer que o público não foi tributado com a versatilidade do vocalista dos Mão Morta na condição de Dj. O Techno e o House adoptados para animar a festa, se não se revelaram desmotivadores, pelo menos não contribuiram para a animação dos mascarados. Estamos crentes de que um rock ou algo num registo mais gótico teriam sido mais estimuladores do público. Com tanta oferta em período de Carnaval, vale a pena repensar o valor das entradas. O Baile dos Vampiros mexeu, mas esteve longe de abanar.

João Fernando Arezes