quinta-feira, 18 de julho de 2019

Não é preciso sair do palco (do Teatro Nacional de São João, no caso) para encontrar a vida real. Quando Arnold Wesker decidiu centrar Primavera Selvagem (1992) na história de uma actriz, transportou o teatro para dentro do teatro, e com ele toda a tralha da vida deixada – se é que é possível deixar - por Gertrudes fora da porta do camarim. Ao mesmo tempo, o texto do dramaturgo inglês, que Jorge Pinto encenou para o Ensemble Teatro, explora a forma como as nossas inseguranças profissionais, sejam quais forem os palcos em que nos movamos, afectam a nossa vida privada: na qual, não raras vezes, sentimos a falta de um “ponto” que nos ajude a procurar a palavra que nos falha, a atitude certa, para cada momento. Primavera Selvagem, pelo Ensemble Teatro, com encenação de Jorge Pinto: Teatro Nacional de São João João, de 18 a 28 de Julho. Quarta e sábado às 19h; quintas e sextas às 21h e domingo às 16h

Ver o trabalho completo no Jornal Público
https://www.publico.pt/2019/07/18/fotogaleria/selvagem-396289

quarta-feira, 10 de julho de 2019

# O Fotógrafo Convidado do Mês Julho Helena Granjo

Sou fotógrafa autodidacta com o curso de Línguas e Literaturas Modernas-Inglês/Alemão, podia ter sido professora, mas, devido a várias circunstâncias da minha vida, decidi arranjar um emprego normal para pagar as contas. Para ultrapassar esta"normalidade" e, como sempre adorei música e fotografia, em 2008 decidi começar a fotografar concertos que ia ver, nada sério, usando uma câmara pequena. Ia a concertos de bandas de amigos ligadas ao chamado "underground nacional" e, passado algum tempo, comecei a fazer reportagens fotográficas para meios online, o que me deu acesso a concertos maiores e a festivais. Este "hobby" algo sério mantém-se até aos dias de hoje, sou mais conhecida pela fotografia de concertos, a minha, digamos, "especialidade", mas gosto de várias vertentes e áreas da fotografia, principalmente gosto da fotografia como instrumento de intervenção, que pode mudar vidas ou a maneira como vemos o mundo e os outros. Daí um pouco a temática das fotografias que vos trago, estão ligadas ao tem "Not All Girls like Pink", aliás tema esse já exposto nas conferências KISMIF no ano passado na Faculdade de Letras do Porto. Tem a ver com mulheres e miúdas, artistas e público, retratadas nos vários concertos e festivais alternativos que visito, como o Entremuralhas , o Barroselas, o Vagos Metalfest, etc, além do palco de muitos eventos alternativos no norte do País, o nosso querido Hard Club. Aqui tento mostrar as mulheres a serem elas próprias num ambiente alternativo, livres de estereótipos e preconceitos e vistas como iguais, seja num palco, seja num moshpit qualquer. É como eu vejo estas mulheres, algumas artistas a dominar um palco enorme à frente de milhares de pessoas, outras miúdas felizes no público, a fazer headbanging, crowdsurfing, sem se preocuparem com a maquilhagem, se a roupa está suja ou se o cabelo está bem. Através deste tema, espero inspirar outras mulheres e outras miúdas como a minha filha a serem o que quiserem ou quem quiserem