domingo, 7 de dezembro de 2025

 

“Não posso sair do país, não posso entrar no meu. Estou preso.” 

Dormir à porta da AIMA tornou-se uma rotina Atrasos na renovação de autorização de residência estão a deixar imigrantes no limbo.

 À porta da AIMA, de onde as filas nunca desapareceram, a espera sem fim esconde histórias de vidas interrompidas. Dormir à porta da AIMA para conseguir ser atendido tornou-se rotina, normalizou-se. São trabalhadores, na maioria, homens e mulheres. Têm 20 anos, têm 60 anos. Chegaram a Portugal há pouco mais de um ano ou estão cá há mais de dez anos. Vêm da Venezuela, do Brasil, da Índia, de Angola, do Chile ou da Síria. Reúnem-se ali, na Avenida de França, no Porto, à porta de um serviço do Estado que tarda em dar-lhes resposta.
Camilo Soldado (Texto)