segunda-feira, 29 de setembro de 2025

 

Leonor foi durante um ano a única aluna na sala, mas “para saltar à corda são precisos três” 

 Longe dos centros urbanos, o drama de muitos pais não é o de conseguir encontrar um lugar numa sala de pré-escolar. É precisamente o oposto: ter crianças em número suficiente nas escolas. Leonor foi durante um ano a única aluna na sala, mas “para saltar à corda são precisos três” a parede dos aniversários desta sala de pré-escolar consta apenas um nome e uma data: Leonor, 7 de Outubro de 2019. Por toda a sala há fotografias desta aluna — algumas (poucas) onde aparece na companhia de outras crianças, outras onde está sozinha. Durante cerca de um ano e meio, Leonor, de cinco anos (quase seis) foi a única aluna a integrar esta turma do pré-escolar, na aldeia transmontana de Carviçais, que integra o Agrupamento de Escolas Dr. Ramiro Salgado. Agora, vai iniciar o 1.º ano de escolaridade e terá de passar para a “escola grande”, em Torre de Moncorvo (distrito de Bragança).

 Daniela Carmo (texto) e Paulo Pimenta (fotografia)

 

No vigésimo aniversário, a Lovers & Lollypops levou-nos de volta ao passado Passam poucos minutos das quatro da tarde de sábado. Enquanto os corpos são bronzeados pelos 23 graus de Barcelos — o sol, aqui, queima de outra maneira — e banhados pelas águas da piscina municipal, escutam-se as primeiras notas da Bombay de El Guincho, gravada muito antes de ele conhecer Rosalía; a seguir, mais uma faixa do seu Pop Negro, a última, Danza Invinto. Podíamos estar em 2010, na primeira edição barcelense (e terceira no cômputo geral) do festival Milhões de Festa, onde o catalão tocou. Só que não. Estamos em 2025, na celebração dos 20 anos da promotora e editora Lovers & Lollypops, que está de regresso a casa, com um alinhamento exclusivamente português. Luís Filipe Rodrigues

terça-feira, 16 de setembro de 2025

Assédio sexual: “Não esperávamos que a ACE tentasse silenciar” 

 Testemunhos de alegadas vítimas de abuso e assédio na Academia Contemporânea do Espectáculo aumentam. Ex-alunos esperavam que instituição assumisse responsabilidades e que não tentasse silenciar casos. 


 Assédio sexual: “Não esperávamos que a ACE tentasse silenciar” “Mexeu com uma, mexeu com todas.” Entre gritos, discursos e apelos, foi esta a frase que mais se fez ouvir na tarde desta segunda-feira, na Academia Contemporânea do Espectáculo (ACE) do Porto. Um grupo, com mais de uma centena de pessoas, incluindo vários professores da escola, juntou-se no exterior da instituição para se manifestar contra os casos de assédio e abuso sexual que terão sido perpetrados na ACE, depois de várias vítimas terem partilhado as respectivas experiências de abuso e assédio nas redes sociais e na imprensa, e acusarem o actor, encenador e fundador da academia, António Capelo, e outros professores da instituição de praticarem estes crimes. 

Texto: Ana Margarida Alves

 

Zanele Muholi antes e depois Até 12 de Outubro, estará no Museu de Serralves a exposição retrospectiva da carreira da artista sul-africana.