Apreciar a vida em passeios de morte História, arte e arquitectura num cemitério quatro-em-um
domingo, 2 de novembro de 2025
Apreciar a vida em passeios de morte
Marcamos encontro com Rafaela Ferraz, autora do livro Portugal de Morte a Sul, à entrada do Cemitério de Agramonte, no Porto, e deixamo-nos guiar.
Se há característica que distingue este espaço dos congéneres é o facto de ter ruas em curva, nota. Vamos serpenteando, então, por esses caminhos, com paragens para admirar esculturas e detalhes arquitectónicos nos jazigos (por exemplo, a diversidade de cruzes e de elementos metálicos, em ferro forjado), ajudados também pelas placas que assinalam pontos de interesse.
Apreciar a vida em passeios de morte
Podem ser jazigos de personalidades ilustres, como o cineasta Manoel de Oliveira; o jornalista e escritor Manuel António Pina; o pintor António Carneiro; a violoncelista Guillermina Suggia; o fotógrafo alemão Karl Emil Biel; ou o editor e livreiro francês Ernest Chardron. Pode ser a figura de uma menina, de dois bebés, de uma ave. Ou a escultura do deus Mercúrio, tão expressiva, a preferida de Rafaela. Pode até ser o monumento às vítimas do incêndio no Teatro Baquet, em 1888. Ou uma frase em língua estrangeira gravada num túmulo. Os motivos de visita não se esgotam na saudade dos entes queridos.



















