sábado, 1 de novembro de 2025

 

A associação que um sem-abrigo sonhou faz dez anos e continua a “abraçar” o Porto Cristian Georgescu salvou-se da rua e quis resgatar outros das margens. 

Os sonhos, conquistas e dores de quem conhece o Porto subterrâneo nos dez anos de uma associação onde reinam o afecto e a escuta Sem-abrigo, consumidor de drogas, imigrante, cigano.
 Cristian Georgescu carregava todas as etiquetas do preconceito. Estávamos em 2010 e ele batera num fundo onde só habitavam solidão e desesperança, sem mapa de saída à vista. Mas a vida, descobriu, pode salvar-se num encontro. Ser o avesso da probabilidade. Vítor Santos, educador de pares que trabalhava nas ruas da cidade, cruzou-se com ele por acaso, numa troca de seringas numa carrinha. E Cristian não ignorou o que via: “Ele mudava a vida das pessoas.” Algo dentro dele se reacendeu. “Mostrou-me o caminho, disse-me que havia um.”

 Mariana Correia Pinto (Texto)