sábado, 21 de abril de 2012
Manifestação contra o encerramento da Escola da Fontinha
Porto, 19 Abril 2012
Fotos:Paulo Pimenta
Protestar
Protestar é uma chatice. Obriga a deixar o sofá, a ir para a rua, mesmo que chova. Às vezes, a abrir a boca e gritar, outras a sentar-se no chão em frente a uma barreira de polícias ou à frente de um camião. E protestar não é só uma chatice para quem protesta. Também o é para quem é alvo do protesto e que é obrigado, nem que não queira, a ouvir berrar o que não gosta. Também o é para a polícia, enviada para manter a ordem, mesmo que a desordem (às vezes) seja potenciada apenas porque a polícia lá está. E até para quem não tem, ou julga não ter, nada a ver com aquilo e é apanhado no meio do turbilhão.
Protestar é uma chatice. Dá trabalho, obriga, às vezes, a acordar antes de o sol nascer, a dormir apenas quando ele já está quase a chegar. A lidar com os exageros de quem nem sabe muito bem porque está ali, mas que não tem dúvidas sobre a melhor forma de aparecer na televisão e, às vezes, quase deita tudo a perder.
Protestar é uma chatice? É. Às vezes, é. Mas não quero estar cá para ver o dia em que não haja quem acredite que ainda vale a pena protestar.
Patrícia Carvalho