Quando os arquitectos começaram a diminuir a altura das guias que separam passeios do eixo de rodagem das ruas estavam a pensar nos deficientes e outras pessoas com dificuldades de locomoção, acredita-se. O problema é que este esbater de barreiras visuais, dando do espaço uma ideia de continuidade, está longe de favorecer quem anda a pé. Guias baixas são boas para os pneus dos automóveis, que sofrem menos para as ultrapassar. E, no caso em apreço, em plena zona de Movida na Baixa do Porto, acabam por ser um incentivo ao estacionamento desregrado. Quando o o carro é um apêndice que não conseguimos largar, pouco importa que, à nossa frente, alguém, sentado num banco, se comece a sentir apertado. Numa semana em que, por maus motivos, tanto se falou de educação – ou de habilitações, para ser mais preciso – a imagem captada pelo PÚBLICO é um exemplo de um chumbo a Civismo: uma cadeira prática, que, está à vista, não se faz por equivalência. A.N.C.
